Iuri Lopes (RS)

Sua produção, autobiográfica, reflete a todo momento sobre esses lugares: o de se reconhecer artista; ao entender e nomear sua produção na performance e na fotografia como arte; de pesquisadora, na sua trajetória acadêmica pelos campos da publicidade e dos estudos de gênero, e como gente; sendo soma do feminino e do masculino.

A série Corpo Caos nasce em plena pandemia e é um gesto de catarse de um corpo sujeito à anos de adaptação, camuflagem, resistência e processos de cura. É na noite silenciosa que o projeto toma forma, na cidade de Coimbra, com seus séculos de história e pudor, quando Iuri se lança aos espaços públicos à sua maneira. Longe dos olhares coercitivos da sociedade normativa, Iuri pode estar presente e ser quem é, sem a performance do dia a dia. Veste-se de noiva, se monta em maquiagem e salto, interage com esculturas dos homens que ajudaram a criar a mítica patriarcal ao redor da cidade universitária.